Peço A Palavra

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Tuesday, October 17, 2006

Qual a diferença entre poética clássica e poética moderna?

Podemos dizer que a diferença entre a poética clássica e a moderna é: enquanto a primeira remete-se à tradição, à representatividade dos clássicos seguindo a linha academista responsável pela estética normativa, a segunda quebra este elo e passa a produzir a sua própria história.
A poética clássica está ligada à imitação da natureza num todo. Desta arte origina-se o prazer. O homem reconhece sua habilidade ao reproduzir o que já existe na natureza, orgulhando-se de sua capacidade. "O homem regozijar-se, antes de tudo, por ter criado um artifício, por ter demonstrado a sua habilidade e por ter verificado de quanto era capaz" (Os pensadores, p. 45). Já a poética moderna, na figura de Hegel, afirma que a arte puramente imitativa está condenada à imperfeição. De acordo com esta visão, a arte deve ser expressiva. Ela deve ser a expressão do espírito. "Ora, o que torna estas representações particularmente imperfeitas é a ausência da espiritualidade" (Os pensadores, p. 47). Caso a arte seja entregue à regra, à imitação, ela não passará de uma simples abstração. Sua missão é justamente ir além. O prazer da arte meramente imitativa não se compara ao prazer de uma arte que pode ser sua. "Maior prazer deveria sentir o homem produzindo algo que proviesse de si, que lhe fosse próprio, a que pudesse chamar seu" (Os pensadores, p. 45). Enquanto o clássico se prende ao eterno, o moderno é mutável. Esta eternidade refere-se à tradição, à continuidade, à imitação dos clássicos, daquilo que era considerado o melhor. Em relação à mutação, que está aliada à modernidade, pode-se dizer que ela está relacionada com a questão histórica, com o lado humano.
O conceito de objetividade está ligado à poética clássica. Ela possui uma verdade existente em si (eis o que a define). O ser humano necessita adequar-se à natureza para imitá-la. Natureza esta que tem a ver com a noção de eternidade. Já o conceito de subjetividade está ligado à poética moderna. Este conceito remete o ser humano à idéia de produção (aqui podemos dizer que a verdade, diferentemente da poética clássica, está para si. Tal fato resulta num estatuto pragmático. O homem liberta-se da natureza agora considerada uma prisão) e expressão (aqui temos o sentimentalismo). Aqui também encaixa-se a Teoria do Gênio - o homem liberta-se da natureza para humanizar-se. Mas, ao mesmo tempo, sente sua perda, a perda de sua origem. É justamente o gênio que faz esta ligação entre a natureza e a cultura.

Monday, October 16, 2006

Historinha de Aldir Blanc

Historinha contada pelo grande compositor carioca-suburbano Aldir Blanc no programa do Jô: "O sujeito chegou num barzinho com uma mulher maravilhosa. Linda mesmo. Quando ambos sentaram, o mesmo sujeito percebeu que eles estavam de frente para um baixinho que encontrava-se sentado no mesmo bar. O baixinho era conhecido na redondeza como o conquistador. O cara que não dava mole. O sujeito, sabendo disso, ficou olhando mais pra ele do que pra mulher que o acompanhava. Já o baixinho olhava para o chão, nada mais. Porém o sujeito não tirava os olhos da pequena figura na intenção de pegá-la no flagra. Mas o baixinho parecia saber que, se tentasse algo, teria problemas. E assim as horas foram passando até que o sujeito levantou-se, foi até o baixinho e deu-lhe um soco que o fez cair longe. Enquanto algumas pessoas foram ajudar o porbre coitado (já sangrando), outras indagaram o sujeito:' Cara, pra quê isso? Ele não fez nada! Nem olhar pra sua mulher ele olhou. Por que você partiu pra cima dele'. E o sujeito ensinou:' Pato quieto na lagoa tá afim do cú da gansa.'"
E nosso compositor completou sua narrativa: "Isso é muito Zona Norte!".

Wednesday, October 11, 2006

Existe distinção entre educar e instruir?

A distinção existente entre o que é educar e o que é instruir não surge do nada. Podemos encontrar quem afirme que a amplitude do processo de educar atinge o ser humano no seu âmbito geral, enquanto o ato de instruir visa à transmissão do conteúdo de alguma disciplina. Mas, afinal, existe de fato esta distinção entre educar e instruir?
Ao analisarmos a questão, percebemos que educar e instruir realmente diferenciam-se, apesar desta diferença ser mínima aos olhos da grande população. Como diz Egídio Schmitz (1993, p. 18): "Educar não é apenas ensinar alguma coisa". Educar é a melhor maneira de dar continuidade à vida. É plantar a semente. É abrir os olhos. É a chave da porta quando estamos presos do lado de dentro. Ao mesmo tempo, instruir é passar adiante o conhecimento. É fazer com que seu próximo adquira uma nova informação.
Apesar desta divergência, ambas têm papel importante na educação. E por mais que saibamos que qualquer tentativa de fixar uma definição para educação seja um erro, cada um de nós possui seu próprio conceito sobre este processo, como por exemplo, concluir que a educação é o caminho que leva a pessoa à vida social apresentando-lhe o conceito de cidadania e tendo como meta o polimento do espírito.

Thursday, October 05, 2006

Frase da semana:

"Agradeço aos meus pais, pois se eles não tivessem 'me tido', eu não estaria aqui".
( Tomati - Guitarrista do Sexteto do Jô )

Monday, October 02, 2006

Relação atleta-imprensa-escolaridade.

Até que ponto a baixa escolaridade da maioria dos jogadores de futebol influencia a relação atleta-imprensa? O fato dos jogadores de futebol tornarem-se repetitivos deriva da falta de variedade de indagações vindas do jornalista?
O jogador de futebol, por ser figura pública, está sempre em contato com a imprensa. E é pela imprensa que a sociedade faz idéia da personalidade em questão. Ela molda uma imagem da pessoa através dos meios de comunicação. O atleta, tendo conhecimento de sua baixa bagagem cultural, sente-se intimidado e , para ele, é melhor usar sempre as mesmas expressões (mas sabendo o que está dizendo) do que arriscar com uma nova possibilidade e acabar falando algo que poderá manchar sua imagem diante do meio social.
A repetição de expressões usadas pela maioria dos jogadores de futebol vem da certeza dos atletas em saber o que estão dizendo. A falta de originalidade das perguntas feitas também ajuda para tal acontecimento. Mas se um jornalista faz uma questão sobre algo que não esteja ligado ao futebol, a maioria dos atletas responde a indagação usando o mesmo método usado no seu esporte.
O objetivo do presente estudo é avaliar até que ponto o pouco estudo influencia a maneira como a maioria dos jogadores de futebol lida com a imprensa, sendo eles pessoas públicas.

O que você acha do vestibular?

O vestibular é um assunto que vem sendo muito discutido ultimamente, tanto no âmbito acadêmico quanto nos cursinhos pré-vestibulares. Todos têm uma opinião a respeito. Uns a favor, outros contra, e ainda há aqueles que sonham com o vestibular sendo realizado de outra forma. Enfim, opiniões não faltam.
A principal crítica feita ao vestibular, como forma de seleção dos candidadtos à escola superior, é que ele favorece, muitas vezes, os alunos que tiveram a chance de estudar em boas escolas. Já os que o defendem, alegam que o vestibular é válido para que somente alunos realmente capacitados possam ingressar na faculdade. E os que idealizam um novo vestibular, ou seja, um novo método, ficam mesmo no mundo das idéias de Platão.
Nos três exemplos de pessoas com opinião sobre o vestibular, é fácil perceber como o ser humano vai pelo caminho que mais convém a ele próprio. Os que idealizam, nunca põem os pés na realidade. Os que vêem o vestibular como um meio de elevar o níveo universitário, ao menos, enxergam a questão pelo ponto de vista de que é preciso empenho e dedicação para triunfar. Isto é o que os que colocam a culpa na questão econômica nunca mencionam. Se fosse assim, quem escreve estas pobres linhas nunca teria chegado à faculdade.